A TONGA DA MIRONGA DO KABULETÊ


"A tonga da mironga do kabuletê" é uma canção escrita pelo poeta Vinícius de Moraes e pelo músico Toquinho.

A expressão

Na composição, os autores informam, sem que seja comprovado, que a expressão seria uma espécie de xingamento em língua nagô.

•"Tonga", segundo o Dicionário Aurélio, pode ser uma palavra angolana para "terra a ser lavrada" ou "lavoura". É, ainda samtomensismo depreciativo, a designar descendentes de lusos, ou de serviçais, nascidos nas ilhas.

•"Mironga" é, em candomblé e na macumba, "feitiço, sortilégio, bruxedo".

•"Cabuleté", no mesmo léxico, é "indivíduo reles, desprezível, vagabundo".

Considerando tais acepções, tais vocábulos poderiam assim significar algo como: "A filha do feitiço feito pelo vagabundo"

A despeito de sua aparente significação estrangeira, a expressão serve-se de vocábulos constantes da língua portuguesa, falada no Brasil.

Sucesso

Lançada nos anos 70 pela dupla, foi um de seus maiores sucessos, cantada ainda pelo cantor Monsueto, sendo, durante aqueles anos, uma expressão de uso bastante popular, à qual não se emprestava nenhum significado particular.

Entretanto, constitui-se numa "expressão sem sentido, mas com sentido poético dado pelo poema musicado". (anônimo).

Contexto

Dizem os versos:

Você que ouve e não fala,
Você que olha e não vê,
Eu vou lhe dar uma pala,
Você vai ter que aprender:
A tonga da mironga do kabuletê.


Depois, a canção diz que o ouvinte deve "viver na tonga da mironga", para encerrar mandando-o para a "tonga da mironga"...

Versão de Toquinho

O compositor ouviu a expressão pela primeira vez quando estava na casa de Vinícius de Moraes em Salvador, na Bahia. A então esposa do poetinha, a baiana Gessy Gesse, havia acabado de chegar do Mercado Modelo, onde a expressão teria sido ouvida pela primeira vez.

Em 2004 a canção foi regravada por Daniela Mercury em Carnaval Eletrônico, seu sétimo álbum de estúdio.

Veja a letra completa

A Tonga da Mironga do Kabuletê
Vinicius de Moraes
Composição: Vinicius de Moraes / Toquinho

Eu caio de bossa
Eu sou quem eu sou
Eu saio da fossa
Xingando em nagô

Você que ouve e não fala
Você que olha e não vê
Eu vou lhe dar uma pala
Você vai ter que aprender
A tonga da mironga do kabuletê
A tonga da mironga do kabuletê
A tonga da mironga do kabuletê

Eu caio de bossa
Eu sou quem eu sou
Eu saio da fossa
Xingando em nagô

Você que lê e não sabe
Você que reza e não crê
Você que entra e não cabe
Você vai ter que viver
Na tonga da mironga do kabuletê
Na tonga da mironga do kabuletê
Na tonga da mironga do kabuletê

Você que fuma e não traga
E que não paga pra ver
Vou lhe rogar uma praga
Eu vou é mandar você
Pra tonga da mironga do kabuletê
Pra tonga da mironga do kabuletê
Pra tonga da mironga do kabuletê

7 DICAS PARA DAR AULAS MELHORES


1 - Incite, não informe

Uma boa aula não termina em silêncio, ou com os alunos olhando para o relógio. Ela termina com ação concreta. Antes de preparar cada aula, pergunte-se o que você quer que seus alunos aprendam e façam e como você os convence disso?

Olhe em volta, descubra o que pessoas, nas mais diferentes profissões, fazem para conseguir a atenção dos outros. Por exemplo, ao fazer um resumo de uma matéria, não coloque um “título”; imagine-se um repórter e coloque uma manchete. Como aquela matéria seria colocada em um jornal ou revista? Use o espírito das manchetes, não seja literal, nem tente ser um professor do tipo: Folha: Números Primos encontrados no congresso. 68% dos outros algarismos são contra. IstoÉ: Denúncia: A conta secreta de Maurício de Nassau. Fernando Henrique poderia estar envolvido, se já fosse nascido. Zero Hora: O Mar Morto não fica no Rio Grande do Sul. Apesar disso, você precisa conhecê-lo. Caras: Ferro diz que relacionamento com oxigênio está corroído: “Gás Nobre coisa nenhuma”.

2 - Conheça o ambiente

Você nunca vai conseguir a atenção de uma sala sem a conhecer. Onde moram os alunos e como eles vivem - quem vem de um bairro humilde de periferia não tem nada a ver com um morador de condomínio fechado, apesar de, geograficamente, serem vizinhos. Quais informações eles tiveram em classes anteriores, quais seus interesses. Mesmo nas primeiras séries cada pessoa tem suas preferências e o grupo assume determinada personalidade.

3 - No final das contas (e no começo também)

As partes mais importantes de uma aula são os primeiros 30 e os últimos 15 segundos. Todo o resto, infelizmente, pode ser esquecido se você cometer um erro nesses momentos.Os primeiros 30 segundos (principalmente das primeiras aulas do ano ou semestre) são um festival de conceituação e de cálculo dos discentes. Mesmo inconscientemente, eles respondem às seguintes questões:- Quem é esse professor? Qual seu estilo? O que posso esperar dessa aula hoje e durante todo o ano? Quanto da minha atenção eu vou dedicar?

E isso, muitas vezes, sem que você tenha aberto a boca.

4 – Simplifique

Você certamente já presenciou esse fenômeno em algumas palestras: elas acabam meia hora antes do final. Ou seja, o apresentador fala o que tinha que falar, e passa o resto do tempo enrolando. Ou então, pior, gasta metade da apresentação com piadas, truques de mágica, histórias pessoais que levam às lágrimas, “compre meu livro” e aparentados, e o assunto, em si, é só apresentado no final - se isso.Por isso, uma das regras de ouro de uma boa aula é - simplifique, tanto na linguagem como na escrita. Caso real: reunião de condomínio na praia, uma senhora reclamava que sua TV não funcionava direito.Explicaram-lhe que era necessário sintonizar em UHF. Ela então perguntou para quê a diferença entre UHF e VHF. Um vizinho prestativo passou a discorrer sobre diferenças na recepção, como uma transmissão poderia interferir na outra, nas características geográficas… Ela continuava com aquela cara de quem não entendia nada. Até que um garoto resumiu a questão em cinco letras:“AM e FM.” “Ahhh, entendi.”

Escrever e falar da maneira mais simples possível não significa suavizar a matéria ou deixar de mencionar conceitos potencialmente “espinhosos”. Use e abuse de exemplos e analogias. Divida a informação em blocos curtos, para que seja melhor assimilada.

5 - Ponha emoção

Certo, você tem PhD naquela área, pesquisou o assunto por meses a fio, foi convidado para dar aulas em faculdades européias. Mesmo assim, seus alunos podem não prestar atenção em você. Segundo estudos, o impacto de uma aula é feito de: 55% estímulos visuais - como você se apresenta, anda e gesticula; 38% estímulos vocais - como você fala, sua entonação e timbre; e apenas 7% de conteúdo verbal - o assunto sobre o qual você fala.

Apoiar-se somente na matéria é uma forma garantida de falar para a parede, já que grande parte dos alunos estará prestando atenção em outra coisa. Treine seus gestos, conte histórias, movimente-se com naturalidade. Passe sua mensagem de forma interessante.

Para o bem e para o mal, você dá aula para a geração videoclipe. Pessoas que foram criadas em frente aos mais criativos comerciais, em que videogames mostram realidades fantásticas. Entretanto, a tecnologia deve ser encarada como aliada, e não inimiga - apresentações multimídia, aparelhos de som, videocassetes - tudo isso pode ser usado como apoio à sua aula.

6 - A pedra no sapato

Pode ser a bagunça da turma do fundão. No ensino médio e superior, pode ser aquele aluno que duvida de tudo o que você diz pelo simples prazer de duvidar. Ou pode até ser um livro esquecido, ou computador que resolve não funcionar.

De qualquer maneira, grande parte do sucesso de sua aula depende de como você lida com esses inesperados. Responda a uma pergunta de maneira rude ou desinteressada, e você perderá qualquer simpatia que a classe poderia ter por você. Seja educado e solícito - a pior coisa que pode acontecer a um professor é perder a calma.

A razão é cultural e muito simples: tendemos sempre a torcer pelo mais fraco. Neste caso, seu aluno. A classe inteira tomará partido dele, não importa quem tenha a razão.

Se um discípulo fizer um comentário rude, repita o que ele disse e fique em silêncio por alguns instantes - são grandes as chances de ele se arrepender e pedir desculpas. Se for preciso, diga algo como “Estou pensando no que você disse. Podemos falar sobre isso após a aula?” Outra forma de se lidar com a situação é responder a questão na hora, ponderadamente - e para toda a classe, não apenas para quem perguntou. Termine sua exposição fazendo contato visual com outro aluno qualquer, por duas razões - a expressão dele vai lhe dizer o que a turma inteira achou do que você disse, ao mesmo tempo que desestimula outras participações inoportunas do aluno que o interrogou.

Não transforme sua aula em um debate entre você e um aluno - há pelo menos mais 20 e tantas pessoas presentes que merecem sua atenção.

7 – Pratique

Sua aula, como qualquer outra ação, melhora com o treino. Muitos professores se inteiram da matéria, e só treinam a aula uma vez - exatamente quando ela é dada, na frente dos alunos. Não é de se admirar que aconteçam tantos problemas com o ritmo - alguns tópicos são apresentados de maneira arrastada, outras vezes o professor termina o que tem a dizer 20 minutos antes do final da aula. Sem falar nos finais de semestre em que se “corre” com a matéria.

Só há uma maneira de evitar tais desastres. Treine antes. Dê uma aula em casa para seu cônjuge/filhos ou, na falta desses, para o espelho. Não use animais de estimação, são péssimos alunos - seu cachorro gosta de tudo o que você faz e os gatos têm suas próprias prioridades, indecifráveis para as outras espécies. E o que se busca com o treino é,principalmente, uma crítica construtiva.

Profissão Mestre

ORGULHO E PRECONCEITO

“Orgulho e Preconceito” (Pride & Prejudice, EUA, 2005) é um filme baseado num dos mais famosos romances de Jane Austen, escritora especialista em mostrar como as convenções sociais sufocavam a vida das mulheres no século XIX, quando viveu. O perfil da autora do romance, bem como de outras produções baseadas em livros que ela escreveu (caso de “O Piano”), podem passar a impressão errada sobre o filme de Joe Wright. “Orgulho e Preconceito” é a história de um amor impossível que possui a pompa das produções sobre a vida das altas classes na Inglaterra vitoriana, mas não é um filme solene ou arrastado; pelo contrário, está cheio de bom humor, charme e vitalidade juvenis. Classificar a produção como uma espécie de “Bridget Jones” no século XIX não estaria muito longe do resultado final.
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A protagonista do longa-metragem é Elizabeth “Lizzie” Bennet (Keira Knightley), uma de cinco irmãs de uma família pobre, mas com conexões dentro da burguesia. O sonho da vida da matriarca dos Bennet (Brenda Blethyn) é arrumar bons casamentos para as cinco jovens, todas risonhas e bonitas. Elizabeth é a segunda mais velha das cinco, e também uma moça romântica, mas de opiniões firmes. Ela gosta da idéia de casar, mas acha que isso só deve acontecer com um rapaz que ela ame.
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O filme começa quando um jovem burguês se muda para a casa vizinha dos Bennet, que imediatamente armam um baile a fim de apresentar Charles Bingley (Simon Woods) à primogênita da família, Jane (Rosamund Pike). Os dois se apaixonam perdidamente. Ocorre que, junto com Charles, um certo Sr. Darcy (Matthew MacFadyen) comparece à festa. O rapaz é duas vezes mais rico do que o amigo, mas também é um sujeito taciturno e mau-humorado que logo se revela um pernóstico de primeira. “Elizabeth é tolerável, mas não bonita o bastante para mim”, revela ao colega em uma conversa privada. Sentada ali perto, Lizzie ouve o papo por acidente. E jura odiar Darcy para o resto da vida.

Esses acontecimentos tomam conta dos cinco minutos iniciais de “Orgulho e Preconceito”, e telegrafam imediatamente o tema central do filme: um amor impossível entre duas pessoas de classes sociais diferentes, que acham que se odeiam. Sim, você já viu esse filme antes; o Mark Darcy de “Bridget Jones” não possui esse sobrenome por acaso (além disso, ele é descrito no livro como alguém muito parecido com o ator Colin Firth, que interpretou Darcy numa versão televisiva do romance de Austen feita em 1995). Helen Fielding, a autora do livro (e do roteiro do primeiro longa), obviamente homenageou Jane Austen quando deu ao vizinho arrogante da desbocada Bridget o mesmo nome do sombrio desafeto de Elizabeth Bennet.
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A grande sacada do filme de 2005 é a leveza com que o enredo batido foi transportado para o cinema. Não estamos diante de um dramalhão romântico, mas de uma comédia de época, um melodrama leve e cômico, repleta de diálogos espirituosos e dinâmicas cenas de baile, onde a coreografia impecável e as longas tomadas sem cortes com a câmera passeando entre os personagens (e captando as diferentes conversas entre eles) garantem que as mais de duas horas de projeção passem rapidamente. Além disso, o bom roteiro de Deborah Moggach garante personagens interessantes, que podem até não ser densos ou profundos (“Orgulho e Preconceito” não tem a intenção de ser levado muito a sério), mas são calorosos e interessantes, e nos fazem torcer por eles.
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Lizzie é uma heroína perfeita para os tempos de Bridget Jones, uma garota linda e inteligente que tem um sonho, e luta por ele com determinação. Mas talvez ela não transpirasse simpatia se fosse interpretada pela atriz errada. Keira Knightley garante o melhor papel da carreira, ganhando chance de desfilar diálogos que são ao mesmo tempo engraçados e dramáticos, e explorando à exaustão um sorriso desconcertante, que ajuda a iluminar as belas composições visuais orquestradas pelo fotógrafo Roman Oshin. Knightley é apoiada com um ótimo elenco, que inclui uma divertida Brenda Blethyn no impagável papel da mãe da heroína, uma senhora tagarela que faz de sua vida uma impressionante luta infindável para garantir um bom futuro a cada filha.
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Romances de amor impossível formam uma longa tradição na coleção de narrativas ocidentais, em todas as mídias, desde a literatura clássica (“Romeu e Julieta”) até o cinema de aventura dos primeiros anos (“King Kong”). “Orgulho e Preconceito” honra essa tradição com uma história agradável e divertida, um melodrama cômico feito com orçamento apenas razoável (perceba que a direção de arte é correta, mas não tão suntuosa quanto as habituais produções de Hollywood que retratam o século XIX, embora o filme aproveite as belas paisagens naturais da Inglaterra rural) e que se apóia sobretudo no texto irônico e nos atores para divertir. Se era essa a intenção de Joe Wright, as missão foi cumprida a contento.
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O DVD da Universal traz o filme (imagem em widescreen anamórfico, som em Dolby Digital 5.1), mais comentário em áudio do diretor, um diário de filmagens, final alternativo e biografia da autora do livro, Jane Austen.
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Orgulho e Preconceito (Pride & Prejudice, EUA, 2005)
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Direção: Joe Wright
Elenco: Keira Knightley, Matthew
MacFadyen, Brenda Blethyn, Donald Sutherland
Duração: 127 minutos

GOD'S WILL BE DONE
Um dia frio. Chuvinha fina. Um bom tempo para ler um livro. Preparar as apostilas das aulas de Literatura da turma de Letras "A" da UEMA - CESGRA. Muita ansiedade pelo início do ano letivo - dia 11 de fevereiro. Começando essa nova tarefa - de escrever num blog - uma descoberta maravilhosa. Mais um desafio para uma leiga em informática. God's will be done!