A BARRA DO DIA

Foto: Cleiane Chaves


A anêmica lua na bruma se ia
Quando a manhã solitária principia
E o generoso sol o céu alumia
No Leste a bela barra do dia
- Nega Sônia, disse a irmã, avia
Reza com fervor uma ave-maria
Para quem paga tributo de idolatria
À cidade míope que agora dormia
E o espetáculo de cores não via
A cegueira da alma sequer percebia
Que o zênite ao azimute se alia
E pintam a obra-prima que a Natureza exigia
Tão logo a claridade com sua regalia
Torna tão comum o que antes pretendia
Ser o fausto descanso das estrelas em romaria
Até que a noite apague a luz com zombaria
E o lusco-fusco do ocaso impere no ciclo que reinicia.

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